terça-feira, 29 de julho de 2008

reflex


O que seu espelho mostra pra você, quando você está de frente pra ele? O que é que você diz de você mesmo, do que você faz, do que você fez, do que você pensa? Seria possível tamanho distanciamento de si mesmo, a ponto de tecermos uma auto-avaliação que não seja contaminada pela nossa vaidade?

O que tenho descoberto é que, a cada dia que passa, nós, que acreditamos em nós mesmos, vemos no reflexo algo cada vez mais parecido com o que sonhamos. Que fique claro que não me refiro, aqui, à imagem física, às aparências e às enganosas armadilhas que essas nos colocam pelo caminho. Eu falo de sonhos, e de objetivos, que nada mais são do que sonhos dos quais a gente realmente está correndo atrás. Eu falo de missões que a gente dá a si mesmo. Estamos cumprindo? Estamos, ao menos, tentando cumprí-las? Será que a gente sabe qual é a nossa missão aqui?

O espelho pode nos dizer isso melhor do que ninguém. Estou cansado de gente que não consegue olhar nos olhos, pura e simplesmente por não saber que é atrás dos olhos que se encontra a nossa alma, nosso verdadeiro ser. Essas pessoas não conseguem nem olhar nos seus próprios olhos, pois sabem que vão ver o que não querem, mas sabem o que é. Sabem que estão em débito para consigo mesmos, e não se demonstram interessados em saldar essas dívidas.

Falando assim, posso parecer feita de certezas, quando, na verdade, não passo de uma mulher cheia de dúvidas, confusa e com alguns medos, não sou nenhum exemplo e a covardia me conduz por enquanto. Mas são essas dúvidas que me guiam atrás de respostas. E o que eu digo aqui, eu aprendi durante essas buscas infindáveis. Quantas vezes acabei encontrando uma pergunta ainda mais inquietante, quando tudo o que eu queria era uma resposta curta e certeira. Não há. Nunca houve. Algumas delas o espelho me conta, quanto a outras, me dá somente dicas confusas. E tem também aquelas que são tão complicadas que eu nem sei por onde começar a perguntar. E é por não ter respostas para tudo que eu acabo escrevendo pra mim mesma essas perguntas. Um dia eu vou saber responder. E espero que alguém saiba ler através dos meus olhos.


E a chuva continua...
Beijos, Lis.


segunda-feira, 28 de julho de 2008

'Chuvarada'

Foto por clicrbs.


Ah, por amor ao meu maior bem, não levei minha câmera para o Monumental, pena.. grande espetáculo de poças d'água.
Eu quando "acordei" pensei duas vezes antes de ir no jogo e depois de olhar a janela e pensar que nada fica acima do Grêmio e São Pedro tentando me barrar de qualquer jeito, me aventurei pela chuva.
Eu odeio guarda-chuva e quase não uso, hoje não foi diferente. Cheguei no Olímpico, encontrei meu irmão e o emotímido do DJ Machuca e adentramos ao Monumetal totalmente encharcados. Olhava para alguns tentando se esconder na arquibancada e pensei:
- Grêmio líder, adversário paulista e geral no maior gaz, pq fugir da chuva??
Não.. não mesmo. Eu aproveitei e gritei. Torcí como nunca e fiquei desesperada com a duas bolas na trave e ainda mais com a penalidade máxima para o porco. Mas, Anderson Pico não deixa por menos e faz um grande gol. ;)
Apesar de ter tido avalanche verde do senhor Held, meu time ainda em primeiro e mostrando para o que veio.
O melhor foi o comentário do locutor da rádio gaúcha:
-Grêmio como grande time borracho sabe jogar no aguaceiro e na lama. O time palmeirense com todo o seu salto alto está patinando em pleno Monumental.
rá, isso sim é comentário ! hohoho :S


Apesar de não ter sido o modelo de dia e nem o modelo de seis dias, ainda espero compensar ou não, fazer valer, somente.

eu amo vírgulas ¬¬



Beso, L.


ei, eu ai lov iou, baby². :*

sábado, 26 de julho de 2008

























Agrrrr, estou de mau humor e daqueles.
Espero que o dia tenha algo de bom, espero e preciso.
Sem mais, convivo com as pessoinhas mais lindas do mundo, my baby² . i lov iu :D
E Laura, não tem 'uisque' no café, somente eu por lá?!?! hihi. serve??
ãin..

Beijo, Lis.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

escrita

Meu Deus do céu, não tenho nada a dizer. O som de minha máquina é macio.

Que é que eu posso escrever? Como recomeçar a anotar frases? A palavra é o meu meio de comunicação. Eu só poderia amá-la. Eu jogo com elas como se lançam dados: acaso e fatalidade. A palavra é tão forte que atravessa a barreira do som. Cada palavra é uma idéia. Cada palavra materializa o espírito. Quanto mais palavras eu conheço, mais sou capaz de pensar o meu sentimento.

Devemos modelar nossas palavras até se tornarem o mais fino invólucro dos nossos pensamentos. Sempre achei que o traço de um escultor é identificável por um extrema simplicidade de linhas. Todas as palavras que digo - é por esconderem outras palavras.

Qual é mesmo a palavra secreta? Não sei é porque a ouso? Não sei porque não ouso dizê-la? Sinto que existe uma palavra, talvez unicamente uma, que não pode e não deve ser pronunciada. Parece-me que todo o resto não é proibido. Mas acontece que eu quero é exatamente me unir a essa palavra proibida. Ou será? Se eu encontrar essa palavra, só a direi em boca fechada, para mim mesma, senão corro o risco de virar alma perdida por toda a eternidade. Os que inventaram o Velho Testamento sabiam que existia uma fruta proibida. As palavras é que me impedem de dizer a verdade.

Simplesmente não há palavras.

O que não sei dizer é mais importante do que o que eu digo. Acho que o som da música é imprescindível para o ser humano e que o uso da palavra falada e escrita são como a música, duas coisas das mais altas que nos elevam do reino dos macacos, do reino animal, e mineral e vegetal também. Sim, mas é a sorte às vezes.

Sempre quis atingir através da palavra alguma coisa que fosse ao mesmo tempo sem moeda e que fosse e transmitisse tranqüilidade ou simplesmente a verdade mais profunda existente no ser humano e nas coisas. Cada vez mais eu escrevo com menos palavras. Meu livro melhor acontecerá quando eu de todo não escrever. Eu tenho uma falta de assunto essencial. Todo homem tem sina obscura de pensamento que pode ser o de um crepúsculo e pode ser uma aurora.

Simplesmente as palavras do homem.

C. Lispector.

Hoje, as palavras dela dizem muita coisa. Estranho, eu que sempre achei as epifanias entediantes. Tudo é perspectiva.


Na noite, jogo do Grêmio com um paulista aí. hahaha, o melhor é ele dizer que vai no olímpico domingo fazer 'avalanche verde'. Ele já conheceu muitos lugares de porto alegre, ainda falta um, o Hps.
hohoho. Tu saaabe que gosto de tí Held?!!? Preciso aprender a fazer boas piadas :S
Beijos... e sim, eu estou feliz.
Melhor estar do que ser !


Lis.

quarta-feira, 23 de julho de 2008

3:09 am
























Depois de algumas conversas, um tanto proveitosas, admito.. estava falando com a Má sobre mães certinhas.
Desconcerto, desconcertar. Não o errado, mas também o não certo. Não existe certo e ninguém é errado o tempo todo. Se alguém vê dessa forma, talvez não é ele o errado? Ou apenas prefere ver nessa óptica?!

ãin, ainda vou me render ao beijo de esquimó e sem culpa. ah, 'viva o prazer'.

Zuuuper novidades no sul: frio, visitas esperadíssimas e 3 logo de cara.
2 novas pessoinhas, pra ficar, meus pacotinhos.
sem loucura, somente expectativa e aprender como compartilhar.
e como já dizia a rainha dos baixinhos: rir é o melhor remédio!


amo vocês e sabem disso, desculpem esses dias, tem sido louco pra mim também.
e só as coisas boas, por favor!



Beijo, Lis.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

11:09 am



eu prefiro a expectativa.
sem mais.


L.

quarta-feira, 16 de julho de 2008

1:28 am


Mesmo quando jogo pra ganhar, me distraio fazendo gols contra. Sempre encontro um jeito de apontar o caminho que leva aos meus escorregos, meus momentos de falta de discrição. Eu sei que é sem querer, mas eu gosto mesmo é de explanar sentimentos que não-necessariamente deveriam ser, assim, explicitados, justamente por serem imaturos, precipitados, ora indevidos.
Finalidade? Não faço a mínima idéia. Só pode ser uma espécie de desejo interno e espontâneo de auto-sabotagem. Só pode ser. Uma vontade imensa, porém velada, de complicar o caminho que me leva aos meus objetivos. Algo como colocar uma tachinha no próprio tênis, a fim de equilibrar a corrida.

Sou uma desatenta empinadora de pipas. Perco-as para nunca mais encontrar. E é por querer, mesmo quando juro que não foi essa a minha intençao.


E hoje, por volta de 00:42 apareceu alguém que imaginava ter perdido de vista. Seja bem-vindo e contigo coisas boas. Ah, e sarcasmo é cortesia da casa. =]

Beijos, Lisié Flores

Dai-me outra cor
Que não seja a do seu olhar
Dai-me outro amor
Que venha pra me perpetuar
Dai-me outra cor
Que não tenha o que eu quero enxergar
Dai-me uma dor
Que sirva para eu acordar
Dai-me outra cor, dai-me um amor, dai-me uma dor





*E aqui está o site pra saber o nome de atriz/ator pornô.
Homens

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Clique aqui.

Love Is A Losing Game
Amy Winehouse

For you I was a flame
Love is a losing game
Five story fire as you came
Love is a losing game

Why do I wish I never played
Oh, what a mess we made
And now the final frame
Love is a losing game

Played out by the band
Love is a losing hand
More than I could stand
Love is a losing hand

Self professed... profound
Till the chips were down
...know you’re a gambling man
Love is a losing hand

Though I’m rather blind
Love is a fate resigned
Memories mar my mind
Love is a fate resigned

Over futile odds
And laughed at by the gods
And now the final frame
Love is a losing game

falta de criatividade, dá nisso.

Horóscopo Chinês Rato (Shu)

Extroversão, inquietude e franqueza são as principais características do Rato. De tão sincero, ele chega a melindrar as pessoas. Curioso, liberal e ansioso por novas experiências, o Rato também tem dificuldades de ser fiel. Mantê-lo preso é um desafio. Ele simplesmente é avesso à rotina, inclusive quanto ao sexo.
Do tipo coração-mole, o nascido em Rato consegue se controlar a ponto de, frente a importantes decisões, fazer valer seu lado racional e não se precipitar. É ambicioso e otimista, mas às vezes se perde no excesso de confiança.

VIRTUDES: entusiasmo, otimismo, sociabilidade, franqueza, alegria, disposição para viagens, esportista, boas intenções e independência

DEFEITOS: inconstância, superficialidade, atração pelo incerto (jogos e negócios escusos) e de difícil entendimento em alguns momentos

SAÚDE: predisposição para doenças na cabeça e nas faces, para inflamações e para febres em geral

Horas governadas pelo signo: das 23h à 1h
Mês favorável: junho (inverno)
Dia de sorte: quinta-feira


Será que tudo alí em cima está correto ??? ¬¬³



E eu, cansada de esperar.
Hoje tem mais Gigrock e vai ferver. ;)
hihihi.
Beijos, L.

Ah, eu e as minhas bobagens na internet.
Encontrei um site que diz teu nome como atriz/ator pornô.
O meu é Lucy Lovelips.
Hahah, morrí !

quinta-feira, 10 de julho de 2008

11:21 am

De algumas coisas eu tenho medo. Coisas que eu não temia, das quais hoje fujo. Algumas coisas para mim faziam todo o sentido do mundo, mas hoje não. São desenhos abstratos e sem significado algum. Aí eu faço um pose bem blasé e levo polegar e indicador ao queixo. Penso. Procuro um significado. Não há.

É o passado. São as memórias, as crises e todos esses processos que para nada mais servem, a não ser para catalisarem, acelerarem essas evoluções. Uns chamam de nostalgia, eu chamo de passado.

Hoje me encontro no estágio 3, eu acho. Do alto de meus quase-23 anos, uma caricatura daquilo que eu sonho ser. Uma segunda linha, mais barata, de um amontoado de sonhos que dinheiro nenhum compra. Poético, diriam uns. Poético é o c***, digo eu. Não tem metáfora aqui. Não gosto de metáforas, mais. Sendo as relações interpessoais tão complicadas como já são, pra quê piorar as coisas, colocar mais ruído na mensagem? O que eu mais quero, e tenho feito tudo para que essa QUERÊNCIA aconteça é ser compreendido, sem precisar dizer. Sem correr o risco de sujar minha mensagem com as metáforas. As analogias distantes que fingimos entender, sorrindo.
Será que eu consigo? Ainda estou tentando.



**Quarta ferveu. Gracias Machuca?!?!!?

Beijos, L.

terça-feira, 8 de julho de 2008

5:32

Passei a acreditar que a felicidade mora na inexistente fração de tempo em que o passado toca o futuro. Se o passado é distração e o futuro, preocupação, sobra para nós, perseguidores da felicidade, a inexistente ilusão do presente, em que tu és o que tu fazes, e nada nem ninguém mais importa. Isso é felicidade. Agora te concentra e tenta materializar um momento que não acontece jamais. Sorria, pois já é quase dia e tu tens que acordar cedo.

Depois de uma noite perdida, aproveite(m) o dia de chuva e essa neblina que não deixa Porto Alegre.
Incrível como um pingo em um copo pode fazer tanto 'barulho'.


Everybody's gonna love today, gonna love today, gonna love today
Everybody's gonna love today, gonna love today
Anyway you want to, anyway you've got to
Love love me, love love me, love love*.




Flores, l.
*Mika - love today

desisto

" Tu achas que eu estou aqui. Tu achas que está conversando comigo, e que eu presto atenção, que eu concordo, respondo, discordo, te ouço, argumento e novamente discordo. Mas eu não estou aqui. Eu não estou nem aí.
É que por tantas vezes eu achei que tu 'estivesse comigo', tantas vezes eu, inclusive, jurei que estava conversando contigo, e que tu prestavas atenção, concordava, respondia, discordava, me ouvia, contra-argumentava e, novamente, discordava. Mas você não estava aqui. Você não estava nem aí, ou pelo menos parecia, e não, não é a minha visão ou julgamento.
E é assim mesmo, sumidos de nós mesmos, que sobrevivemos aos golpes dos dias. Não é por acaso que surgem em nossos caminhos esses buracos. Nosso caminho é o mesmo, nosso vetor é o mesmo, mas é a nossa direção que nos faz bater de frente. E bater de frente dói demais, justamente porque a gente sabe exatamente tudo sobre o obstáculo que se aproxima, mas somos sempre acometidos pela impossibilidade do desvio.
Será que a gente gosta mesmo é do conflito? Acho que isso sobra pra mim."


Tchê, eu canso. Eu não faço por gosto ou querer, na maioria das vezes.
Falam sempre que o ódio é próximo do amor, precisei um dia pensar que amei para sentir ódio e isso é tão..tão....tãooo ruim, o pior de tudo é dizer que é preciso conviver. Não quero palavras bonitinhas, já escutei tanto que sou a pessoa mais dificil do mundo que quase acreditei nisso. Impossível ter o meu pior lado despertado por uma única pessoa.
Não vou conviver por ser preciso e fim. Conviver é querer, ter a 'necessidade', saber que é preciso, mas não fazer disso o alicerce ou a desculpa para falar com alguém, um dia sair e bater papo, fingir preocupação. Eu não consigo e sou chata, ponto!
Se eu pudesse, nunca mais ! Eu posso? Se for egoísta sim.
Eu estou com raiva e sei que não sou a única, mas não é aquela de querer que a pessoa morra ou coisas do tipo. Simplismente, é por não saber, vícios são as piores coisas e eu sempre me desvio do assunto, mas eu preciso conviver, acredita? Por mim, por eles e acho que por tí!
Merda, odeio isso e te odeio. Pronto, te odeio Anderson. Com as forças mais sinceras, agora decide qual forma de ódio!
Eu, não mais, pelo menos, não agora.
Não é expor , é cansaço,somente!

Lisiane.




domingo, 6 de julho de 2008

Classificados

Em uma tentativa pré-desespero.
Caso alguém se interesse por alguma oferta é só entrar em contato.

- Troco escrita por ação.
- Preciso de doação de sorrisos sinceros.
- Troco um dia de fotografia por um passeio no Viaduto da Borges.
- Vendo paciencia.
- Troco ar por falta de ar.
- Compro 'time', preciso disso. Preciso aprender o tempo certo. Melhor, compro curso de 'time', existe?



ãin, era isso, acho.
agora é só aguardar.

;)

Flores, lisi.




*Gracias gurias, a noite ferveu e nós nem nos queimamos.
#]

quinta-feira, 3 de julho de 2008

nós*

Quando, com um passo, tu ficas dois passos mais distante, é porque ele também está indo embora.
É aí que tu começas a pensar nesses laços invisíveis que nos amarram uns aos outros.
Que tamanho eles podem ter? Podem continuar apertados mesmo quando suas pontas já não mais ocupam o mesmo lugar? Sentes um fisgão nos pulsos quando abraças outro alguém?
Livra-te dos laços. Não falo de cortar. Podes desamarrá-los com o mesmo carinho que tiveste quando os tornaste apertados como braçadeiras. Lembra-te de que laços não são algemas.
Agora divide essa corda e presenteia quem tu quiseres com esses pedaços. Eles são pequenos o suficiente para não virarem nós? Perfeito.


Tô cheia de nós*.
arrrg, raiva é o pior sentimento e que faz mal só pra quem sente. Tentando fazer sumir ...
Promessa do mês: Nunca mais falar com o anderson no telefone, isso me torna uma pessoa com pensamentos e atitudes ruins. E sabe o que é pior, se eu pudesse, nunca mais .


Até, com menos angústia.
Lisi Flores.

quarta-feira, 2 de julho de 2008

' brinquedinho '

Quando a gente não tem uma pequena almofada de veludo pra nela acomodar todos os sentimentos que julgamos ser bons, o "melhor de nós", aquele brinquedinho que é tão brilhante que a gente esconde de quase todo mundo, porque é bonito (precioso) demais (podem roubar), e também pra não ficar ligando toda hora, gastando pilha - enfim, me perdi no aposto - (continuando) quando a gente não tem essa superfície macia, a gente fica segurando na mão, dentro de um saquinho, de pano. O tempo passa e tu enches o saco de ficar segurando aquilo, quase esquecendo do quão bonito é aquele brinquedinho, e esquecendo de vez, depois. Tu esqueces porque tu não abres esse saquinho há tanto tempo que nem se lembra mais o que tem dentro. São tantas as distrações...
Aí tu começas a deixar ele no chão. Foda-se. Em qualquer canto, em qualquer lugar. Perde, até, ás vezes. Aí encontra sem querer, no meio das tuas roupas. Aí perde denovo. Nem se lembra que um dia teve esse brinquedinho, nem pra que ele serve. Aí sim.
É aí que chega o ALGUÉM. Aquele ( es, ou E) mesmo. Nada nesse mundo te faria acreditar que existiria alguém assim, tão... tão... bom. Tu vais ao cinema, ver um filme qualquer junto dessa pessoa, um Almodóvar da vida, na Casa de Cultura M.Quintana ali da Rua da Praia, que seja. Tudo se torna tão especial, fica tão cheio de significados que você se entusiasma. "Eu te daria o mundo, agora, se eu conseguisse". "Não precisa me dar o mundo, me dá qualquer coisa brilhante, um brinquedinho".
Tu tateias os bolsos. Moedas, notas fiscais, preservativos e cartões de visita. Tu perdeste o brinquedinho.
Não adianta procurar, também. Esse é o tipo de coisa que, quando a gente encontra, a gente não devolve. Não tem dono, não tem nada escrito. Faz parte do mundo e tem um pouco do melhor que há em cada um de nós. E brilhava.

Se alguém achar, não precisa devolver, é só compartilhar comigo.

Lisi Flores.