Ela entra no seu quarto e revira os armários procurando uma agenda e encontra uma outra caixinha e um fichário. Ela pensa qual deles deveria abrir primeiro. Em um estava a felicidade e no outro grande parte da tristeza de sua vida. Sem pensar ela abre o fichário e em meio a provas, anotações e espirros de professores, ela encontra duas anotações. Um "desenho-conversa" de planárias e marfagafinhos, e um poema escrito por ela. E ela fica simplesmente feliz por saber que ali, aquelas antigas horas, aquelas antigas conversas foram as melhores. Talvez os antigos amigos não se tornarão antigos e continuarão a desenhar marfagafinhos, planárias, elefantinhos dançantes, só que de um jeito diferente. Mas aquela conversa ficaria ali para sempre, rascunhada em uma apostila de física e ninguém poderia saber o quanto isso era importante à ela. Aí sim!!! Ela fica feliz.
Hora de abrir a "outra caixinha", ela resolve que o tristeza passada, enterrada e soterrada deveria ser queimada. Sim queimada! Porque não? Então depois de uma última lida, ela queima o monte de mentiras e não sente nada. Absolutamente nada. Aquilo não é mais importante, na verdade nunca foi, só que essa menina boba ainda não tinha percebido.
E quanto ao poema... ah o poema diz muito. Começo do fim de uma vida inteira. Morte de uma pessoa, nascimento de outra (futuramente outras, porque não?). Encontro da plenitude. Poema que a levara ao caminho do amor verdadeiro! Ela sai do quarto com o coração saltitante e um sorriso radiante e pensa que agora livre de algumas amarras ela é feliz! E muito por sinal.